1.1.07

Porque a SIDA existe!

PORQUE A SIDA EXISTE...

1 de Dezembro, Dia Mundial da Luta Contra a SIDA

Para a infecção VIH/SIDA não existe cura ou vacina. Apesar dos esforços levados a cabo em todo o Mundo para reduzir esta pandemia, desde o seu início há 25 anos, os números não param de aumentar.
Razão pela qual toda a comunidade científica é unânime em dizer que na luta contra a SIDA é necessário: detectar, controlar e prevenir. Na base de tudo isto está a educação, conforme refere Machado Caetano no seu livro “Lições de SIDA, Lições de Vida”.
Na 16ª Conferência Internacional sobre SIDA, realizada em Agosto 2006 na cidade de Toronto, sob o desígnio “Time to Deliver”, foi mostrado ao Mundo um retrato devastador desta pandemia, onde a palavra de ordem foi” prevenção, prevenção, prevenção” e que “ tratamento sem prevenção é insustentável “.
O termo SIDA tem sido usado de uma forma abrangente, a maior parte das vezes para designar apenas qualquer indivíduo que se encontre contaminado pelo VIH. A SIDA propriamente dita não é mais do que o estadio final desta contaminação. Podemos encontrar portadores assintomáticos, isto é, o indivíduo está infectado, mas não tem sintomas e portadores do VIH já doentes. O VIH pode permanecer durante vários anos no organismo antes da SIDA se manifestar. Com efeito, o tempo de latência até à manifestação da doença pode prolongar-se por um período superior a 10 anos. Em qualquer caso, tanto o portador assintomático como o doente de SIDA transmitem o vírus a outras pessoas.
A infecção pelo VIH transmite-se por via sexual, via sanguínea (agulhas e outros objectos contaminados com sangue ou com fluidos corporais contaminados de infectados) e de mãe para filho (gestação, parto e aleitamento).
É no entanto, através de determinados comportamentos humanos, os chamados comportamentos de risco (relações sexuais desprotegidas, partilha de materiais infectados e da preparação de drogas injectáveis), que o VIH/SIDA mais se propaga.
Mas, como diz o Professor Machado Caetano, não se “apanha” SIDA pelo que se é, mas pelo que se faz.
Quando alguém toma conhecimento de que está contaminado pelo VIH, tal circunstância constitui uma fonte de grande stress. Este facto deve-se não só ao mau prognóstico da doença, mas também pelo estigma social que a SIDA representa.
Segundo dados da ONUSIDA, estima-se que no final de 2005 existiam em todo o Mundo 38,6 milhões de pessoas com VIH (o dobro do registado em 1995) e desses, 2,8 milhões morreram em consequência da SIDA, o número de infectados nesse ano foi de 4,1 milhões, 95% das quais vivem na África Subsahariana, Europa Oriental ou Ásia.
Em Portugal os números também não são animadores, segundo os dados do Centro de Vigilância Epidemiológicas das Doenças Transmissíveis (Junho 2006), encontram-se notificados 29 461 casos de infecção VIH/SIDA nos diferentes estadios da infecção, sendo que o maior número desses casos( “casos acumulados”)dizem respeito a utilizadores de drogas por via endovenosa ou “toxicodependentes” constituindo 45, 5% de todas as notificações, seguindo-se os referentes a transmissão sexual heterossexual (36,9%), e a transmissão sexual homossexual masculina (11,8%) e, por último, as restantes formas de transmissão (5,9%).Os dados nacionais mostram uma tendência evolutiva crescente na transmissão do VIH por via heterossexual, o que de facto é preocupante.
As características desta pandemia tem variado desde o seu início, há 25 anos – actualmente assiste-se a nível mundial a uma feminização crescente do VIH/SIDA, bem como a uma evolução da infecção entre os jovens.
As crianças entre os 5 e os 15 anos representam “uma janela de esperança”, uma vez que em geral, ainda não são sexualmente activas e também porque as taxas de prevalência são baixas neste grupo relativamente à população em geral. Focar e centralizar todos os esforços de prevenção neste grupo etário, será a grande prioridade na tentativa de conter o crescente avanço da doença à escala mundial.
Devemos por isso assegurar que os nossos alunos adquiram conhecimentos, desenvolvam atitudes e valores de modo a que tenham as competências necessárias para se protegerem antes de atingirem o período de alto risco que representa a fase da adolescência e de jovens adultos.

Fernanda Bernardes Silva Barahona
Mestre em SIDA e PQND EB 2,3 D.João II de Caldas da Rainha


Sugestões de Leitura…

Alarcão, M.(2000). (Des) equilíbrios familiares numa visão sistémica. Coimbra: Ed. Quarteto.

Allen-Gomes,A.M.&Miguel,N.(2000). Educação sexual só para jovens. 4ª Ed. Lisboa: Texto Editora.

Canavarro, Maria Cristina (Ed.) (2001) Psicologia da gravidez e da maternidade, Coimbra, Ed. Quarteto.

Cláudio, V., & Mateus, M.(2000) -SIDA: eu e os outros-1ªEd.,Lisboa:Climepsi Editora

Dias, A.M., Ramalheira,C.,Marques,L., Seabra,M.E., & Antunes,M.L.(2002)- Educação da sexualidade no dia-a-dia da prática educativa.Braga. Edições da Casa do Professor

Frade, A., Marques,A.M., Alverca,C. & Vilar,D.(1999).Educação sexual na escola: Guia para professores, formadores e educadores.4ªEd.Lisboa:Texto Editora.

Guedes, M. Amália V., Olivaes, Rita (2003) - Satisfaçam o a minha curiosidade… a SIDA . Lisboa: Impala Editores, S.A.

Guerra M. P. (1998). SIDA: Implicações psicológicas. Lisboa: Ed. Fim de Século

Lourenço, Mª.M.C. (1998) Textos e contextos da gravidez na adolescência. A adolescente, a família e a escola. Lisboa, Ed. Fim de Século

Lucas, J.S. (1993). SIDA: A sexualidade desprevenida dos Portugueses. Lisboa : Mc Graw-Hill

Machado Caetano (2000). Lições de SIDA - Lições de VIDA. Ed. Âmbar

Magro,M.M.,Pereira,A.M.D.,Reis,M.I.,Silva,M.B.(1997).VIH/SIDA na comunidade escolar. Manual para Professores Lisboa, Programa de Promoção e Educação para a Saúde e Comissão Nacional de Luta contra a SIDA

Marques, A. M.(coord) (2000). Educação sexual em meio escolar: Linhas orientadoras. Lisboa: Ministério da Educação/Ministério da Saúde

Marques, A. M. (2002) - Educação sexual no 1º ciclo. Lisboa, Texto Editora

Montagnier, L.& Daudel, R.(1994).A SIDA. Lisboa. Instituto Piaget.

Nodin, N.(2001). Os jovens Portugueses e a sexualidade em finais do século XX. Lisboa APF

Relvas, Ana Paula (2000). O ciclo vital da família. Perspectiva sistémica, 2ªed. Porto, Ed. Afrontamento

Sampaio, Daniel (1993). Vozes ruídos – Diálogos com adolescentes 2ªed. Lisboa, Ed.Caminho

Sontag, S.(1998). A doença como metáfora: a SIDA e as suas metáforas. Lisboa: Quetzal Editores

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