15.3.14

Este livro que vos deixo, António Aleixo

Ao décimo quinto dia do mês de Março, trazemos a singularidade da poesia de António Aleixo.

Este Livro que vos deixo... abrimos, folheámos, lemos e recordámos a espontaneidade das suas quadras.

Aqui vos deixamos algumas...

Quadras 

Peço às altas competências
perdão, porque mal sei ler,
p'ra aquelas deficiências
que os meus versos possam ter.

Quando não tenhas à mão
outro livro mais distinto,
lê estes versos que são
filhos das mágoas que sinto.

Julgam-me mui sabedor;
e é tam grande o meu saber
que desconheço o valor
das quadras que sei fazer!

Compreendo que envelheci
e que já daqui não posso,
como não passam daqui
as pobres quadras que faço.

(...)

Se pedir, peço cantando,
sou mais atendido assim;
porque, se pedir chorando,
ninguém tem pena de mim.

(...)

Após um dia tristonho,
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias.

(...)


Quanto ao poema dos alunos, a nossa escolha recaiu sobre o poema "Eu fui egoísta", escrito pela Micaela, aluna da T.5 da EB de São Domingos, após audição do conto "O gigante  egoísta" de Oscar Wilde.
Para o ilustrar selecionámos uma pintura de Paul Klee.

Eu fui egoísta

Eu fui egoísta
quando não quis fazer
a natureza florescer.

Eu fui egoísta quando
não quis emprestar
a brincadeira assim
teve de acabar.

Eu fui egoísta quando
não deixei
o meu irmão jogar.
Assim, a amizade
esteve quase a findar.



2 comentários:

  1. O poema está muito engraçado! Parabéns!

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  2. Micaela estás de parabéns atua melhor amiga Débora Fernandes

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